Quando se fala em golpes financeiros, muitas pessoas associam a golpes aplicados em velhinhos indefesos. Embora esta parcela da população seja uma das vítimas deste tipo de golpe, as regras vão muito mais além. 

O que são golpes financeiros

Definidos no código penal, artigo 171, golpe financeiro é uma modalidade de estelionato que visa  “obter para si ou para outrem vantagem ilícita em prejuízo alheio”. É um tipo de crime doloso, ou seja, feito com a intenção de causar dolo – vontade consciente de praticar crime contra alguém.

Apesar de muita gente acreditar que os golpes financeiros começaram agora, na verdade eles são práticas antigas – é tanto que a lei foi redigida em  1940. Só que com a chegada da internet e todas as suas facilidades  os golpes se tornaram mais fáceis de serem aplicados.

Tipos de golpes financeiros

Os golpes financeiros mudam conforme o tempo e ficam cada vez mais sofisticados, por isso é difícil definir qual é o pior. Atualmente, os mais aplicados são:

  • Golpe do Falso Empréstimo

Empresas fazem anúncios falsos e colocam em sites com grande número de acessos. O anúncio sedutor, com taxas de juros bem baixas, pede para que a vítima preencha os dados para receber mais informações do empréstimo. Depois disso, o golpista entra em contato com o potencial cliente e pede um valor para dar entrada no empréstimo e nunca mais devolve.

  • Golpe do WhatsApp

Golpistas que fazem perfis fake no instagram ou no whatsapp, prometendo prêmios como estadias em hotéis, dinheiro entre outros. Para ganhar tal prêmio, a vítima precisa informar os dados da conta do Whatsapp ou Instagram. Então o golpista acessa a plataforma com estes dados pedindo uma nova senha, e pede a confirmação via mensagem que foi para o telefone da vítima. Bingo.

A partir daí o golpista irá usar as redes sociais da vítima, para aplicar golpes pedindo dinheiro para a lista de contatos.

  • Golpe da falsa vaga de emprego

Com o país em crise, nada mais sedutor do que uma vaga de emprego para trabalhar duas horas no celular e ganhar mais que um salário mínimo. O golpe consiste em pedir para que as vítimas façam compras em lojas virtuais, avaliem o atendimento, e depois disso recebam o dinheiro de volta e um valor a mais. A princípio, como se trata de quantias pequenas, os golpistas até devolvem o dinheiro, fazendo as pessoas acreditarem e investirem mais dinheiro no negócio. Depois disso, o valor de “investimento” vai ficando mais alto e então simplesmente param de devolver a quantia.

Como evitar golpes

  1. Use o ditado popular como premissa “quando a esmola é demais, o santo desconfia”. Ao ver por exemplo, alguém anunciando uma TV que o preço de mercado é R$5.000,00 por  R$500,00, proposta de emprego para ficar no celular por 2 horas e ganhar mais dinheiro do que um trabalhador que passa o dia inteiro trabalhando, anúncios que prometem “dar” produtos de graça, caso você compartilhe a promoção com todos seus contatos, fique com o pé atrás.
    Empresas sérias costumam divulgar vagas e promoções em seus sites oficiais, faça sempre um check antes de tomar qualquer ação.
  2. Cuidado com seus dados. Nunca divulgue nem senhas, nem fotos com dados do seu cartão de crédito. A parte de trás do cartão contempla um código de segurança que pode ser usado para fazer compras a distância
  3. Ao pagar boleto, sempre confira os dados da empresa que está fazendo a cobrança, e se for imprimir um boleto, sempre confira se o código de barras do documento impresso  está de acordo com o código de barras da tela.
  4. Confira sempre sua conta bancária e a fatura parcial do seu cartão de crédito e fique atento caso veja alguma cobrança fora do comum.
  5. De preferência usar como chave pix e-mail ou no máximo telefone celular. Seu CPF pode ser usado por golpistas para conseguir empréstimos ou dar golpes em terceiros.
  6. Tenha muito cuidado em usar o cartão de crédito por aproximação. Foi uma boa solução na época da pandemia, mas hoje, prefira deixar habilitado apenas para uso de senha.

O que fazer em casos de golpes financeiros

Existem leis que podem ajudar as vítimas de golpes financeiros a serem amparadas pelas instituições bancárias ou reembolsadas por quem aplica os golpes. O parágrafo 171 prevê até uma penalização maior em golpes aplicados contra idosos.

Infelizmente, não é um caso fácil de se resolver e ser provado. Por isso, orientamos que procure um escritório de advocacia de sua confiança e solicite ajuda nos trâmites legais.